Separando os amores

Nessa aventura de viver, ser e amar acabamos aprendendo algumas lições. Por exemplo, estou aprendendo feito uma “pangaré” a canalizar melhor meus afetos, é isso mesmo. Separar meus amores.

Amor pelo tempo, pela arte, pela poesia. Amor pelo compromisso e pela liberdade. Amor por ser eu mesma, mesmo que o ser não signifique sempre estar. Amor pelo sorriso, amor pela lágrima, amor pelo verão, mas também pelo inverno. Amor pela alegria, mas pelo descontentamento da dor, afinal, é através dele que aprendemos a ser quem somos.

É na vida que aprendemos a cultivar estes vínculos afetivos, amorosos, se não for assim, vamos criando lacunas afetivas dentro de nosso coração na triste esperança que alguém as preencha. Doar o que sou é necessário, mas não tudo de mim, minha subjetividade é a única coisa que de fato me pertence e não deve ser doada assim, completamente. É lindo ver quando as subjetividades conversam, se encaixam, solidificando uma a outra.

É preciso aceitar o passado que não muda, o hoje que não acaba e o amanhã que nunca chega e viver de forma mais desacelerada. Falar menos, ouvir mais. Perguntar menos, aceitar mais.

Aprender a conviver com as perguntas é mais lindo do que viver em busca das respostas.

http://semtransito.blogspot.com/2011/05/separando-os-amores.html