Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
F. Pessoa



Curvas...

Falei da maravilhas... Das cachoeiras... Pedrarias... Dinastias...
Felei dos mares...Dos milhares... Da dança... Da coisa à parte... Do dedilhar as notas do meu corpo...
Vaguei... Vaguei... Em Poesia...
Do Poeta...Da criança perdida...Da mulher em sede...

O criar... Atividade!... Criatividade...
Saber dosar os limites... Arrancar a roupa da hipocrisia... Ser detalhe entalhado na pele... Serpentear os arrepios com sabedoria e arte...

O Poeta sabe cantar as valias... As fôrmas arrancadas da homogenidade... Ser arrancado pasto... Ser corrida em disparates.

E... Perde-se... E... Perco-me, nas linhas das mãos... Cigana arte de saber antes do fato... Morte!

Perambulei pelas frestas... Há muito nas frestas e nas dobras...
Dobro em dobro... Percorridas muralhas...
Atravesso feito vento...Varro e lanço-me aos atropelos...
Volto e fico... Apago-me... Morro nas curvas das estradas... Corro, em laços, ou nos desenlaces?

Precipícios!... São lápides... Ou voos rasos?...

Mundo louco... Loucura, à parte
.... rsrs

13:08