Benirdes e o Caqui
O dia estava ligeiro
O dia inteiro
Benirdes comeu caqui
Não saía de casa
E deixou a faxina atrasada
Prá assistir televisão.
Benirdes sem noção
Deixou a casa empoeirada
Enquanto tocava piano.
Benirdes não passou pano
Na varanda toda molhada
Que a chuva tinha deixado
Benirdes, com o caqui na mão,
Sentou no chão e olhou para o céu
Não tinha barulho ou vento qualquer
Benirdes era sozinha, a única mulher
E o caqui seu amante.
Benirdes viajou distante
Procurando significado nas coisas
Benirdes tinha uns rompantes
Quando comia caqui.
Era uma vontade constante
De contar nuvens passantes
Ou de comer ovos fritos.
Benirdes jogava os palitos
Depois ajeitava na caixa.
E o caqui que acabava
Logo Benirdes queimava
Outra páia nova.
Benirdes não reprova
Quando o caqui está fraco.