Peças

Me estiguei sobre os rasos passos, por onde eu olhasse meu coração se infiltrava em imagens turvas e sujas, meus sonhos haviam se desfeito bem aos meus pés, e minha vida caiu sobre minha cabeça, tentei segurar a ultima lagrima que a solidão havia guardado, e achei que agora seria o fim daquela lagrima, que se distanciava de meus olhos, olhos que me mostrava um futuro incerto, logo percebi que eu fui ingênuo, pensei ser forte quando era apenas fraco, tentei segurar o mundo e ele caiu sobre meus ombros, me tornei lembranças, quando se morre e a terra te engole, o tempo voa nas asas da vida, e quando se para pra ver, não só se estar morto, mais as lembranças de um dia quem você foi sumiu, e as pessoas esquece, e morremos duas vezes, mais ainda há uma voz que grita, há uma voz que clama, um eco profundo, que sempre se habilita repetir, mesmo quando queremos ser sólidos, mais na verdade somos levados a esconder o inevitável, algo intocável pelas próprias mãos, se há uma resposta, eu realmente queria saber, mais tenho medo da verdade, mais já não faço conta desde quanto tempo eu estou mentindo para mim mesmo, calo enquanto quero falar, o medo sempre me humilha, e me deixa a desejar, já não sei se encontrei, já não sei se perdi, tudo me leva a pensar que eu sou um pensamento solto, que vaga sem trilhar, já duvido de minha existência, mais dói, e tão real, já começa imaginar, que não faço parte deste mundo, e ele não faz parte de mim, acabo tendo a certeza que me perdi, insólito de mim mesmo estou, indiscreto é o meu caminhar, desajeitado sou, não me enquadro, nem me encaixo, perdido como uma peça de quebra cabeça, que pertence a outra forma, onde tento me encaixar.

Erico Lima
Enviado por Erico Lima em 27/05/2011
Código do texto: T2997002
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