:::: Divagações (quase) Poéticas - Vizinhos :::

Eu nunca tive problemas com meus vizinhos (Tá, só com alguns). Até hoje, mudei de casa três vezes. Minha primeira casa ficava num lugar bem calmo ( e vazio!), eu nunca via meus vizinhos direito, afinal, eles ficavam trancados dentro de casa assistindo aquelas TVs (hiper-mega-modernas) que mas parecem um cinema portátil. E eles deveriam pensar: "Pra que sair de casa, não é mesmo?". Era um leve silêncio absoluto que me permitia dormir sem ser incomodada. Eu adorava.

Depois de mais ou menos nove anos morando ali, mudamos de casa, dessa vez para um lugar estranho e um pouco (vazio... Outra vez!). Ah! Mas não durou muito, logo o bairro, que antes era solitário, foi crescendo, casas e mais casas foram sendo construídas, pessoas vieram de todos os cantos, com malas e caminhões de mudança (Ufa! Tá exagerei um pouquinho :p). O silêncio proveniente da falta de gente, dissipou-se. No começo eu não tinha vizinhos, mas logo comecei a conhecê-los. Meu vizinho do lado esquerdo quase não ficava em casa, vinha poucas vezes e a única coisa que sabia dele era o nome: Olavo.

Os da direita, ao contrário do meu amigo Olavo, sempre estavam em casa. Eram uma família de quatro (assim como a minha). Tinha a mãe (que fazia aniversário no mesmo dia que eu), o pai (que pescava todo final de semana, mas odiava peixes e por isso dava tudo para nós, que não aguentávamos mais ouvir falar nisso!), o filho mais velho e o mais novo (ambos amantes de música e cachorros!). Eles tinham três cachorros, TRÊS. Um rottweiler, um Fila e um pastor alemão. Confesso que não me incomadavam nenhum pouco, a não ser meus vizinhos de esquina que tinha uma banda de rock (se é que posso chamar aquilo de banda) que tocavam todo final de semana (ninguém merece!).

Bom, depois de morar quase quatorze anos nessa casa, adivinha... (mudamos!). Dessa vez para outra cidade (se é que eu possa chamar de cidade ... Brincadeirinha). Essa cidade fica do lado da que eu morava... Espera, deixa eu dar mais ênfase (BEM DO LADO MESMO!)... Pronto. Então, minha rua é bem calma, tranquila, quase não passa ninguém, um silêncio absurdo (só pra constar isso não tem nada a ver sobre minha casa ficar perto do cemitério). Essa paz extrema durou exatos doze meses (Isso mesmo, pra você que não é bom de conta: 1 ano).

Sobre o meu vizinho da direita, nem tenho o que falar (ele é um tarado que joga coisas indevidas no meu corredor!). Agora, meus vizinhos da esquerda eram bem legais (eram!), mês passado se mudaram e a casa ficou vazia (Fiquei com saudade do menininho parecido com o do comercial: GOSTI!^^).

Depois de um tempo, comecei a escutar uns barulhos vindo da casa, era uma cadelinha que latia desesperadamente. Os novos vizinhos trouxeram ela primeiro e depois foram buscar a mudança, resultado (ela quase se matou de tanto latir e eu quase morri de tanta dor de cabeça!). No dia seguinte, acordei com um som alto vindo daquela residência. Olhei no relógio ( oito horas da madrugada!). E desde que se mudaram, todos os dias escutam música no volume máximo (não é porque o rádio chega ao volume 100 que ele necessariamente precisa estar no 100). Eles passam o dia inteiro, a semana inteira, o mês inteiro... Ouvindo música alta. Minha cabeça está morrendo!

E é uma enorme variedade de músicas, uma playlist bem diversificada que vai de Rap até Country. Eles passam, em questões de segundos, de Paula Fernandes para os MC's da Vida (ou da morte!). Os nomes é que me matam (Mc copinho? ahn? ). Ás vezes, não dá nem para assistir Televisão (Tá, eu não tenho uma hiper-mega-moderna TV), mas eu gosto de assistir também. Bom, tirando o dia em que eles estavam escutando Bon Jovi (Um milagre do SANTO DEUS), não suporto as músicas que eles escutam (tudo bem não tenho nada contra o gosto musical das pessoas), mas isso não quer dizer que eu sou obrigada a ouvir estes tipos de músicas.

Então, esses dias lembrei de uma frase que me fez escrever este texto:

"A nossa liberdade termina onde começa a do outro!"

Será que eles não sabem que existe uma coisa chamada "Fones de Ouvido" e que não servem para enfeitar as lojas?

Acho que vou comprar um e mandar de presente para eles, o que vocês acham?

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 24/05/2011
Reeditado em 24/05/2011
Código do texto: T2990211