FINDO O DIA
“Quando agente está triste demais, gosta do pôr do sol...”
- Foi o que disse o Pequeno Príncipe.
Ao ouvir essas palavras me pus a pensar e vi que era a mais pura verdade.
Sempre que estamos tristes, mesmo sem nos darmos conta, ansiamos pelo fim do dia quando o sol se põe. Inconscientemente talvez, o pôr do sol simboliza a nossa esperança de que a tristeza daquele dia, se vá com a luz do sol para terras distantes. Aonde o sol descansa e de onde nos trará a felicidade na renovação da luz que iluminará o próximo dia.
Mas quando a tristeza insiste em permanecer, nossos dias se transformam numa inconsciente e constante espera pelo entardecer. E sem querer, nosso mundo fica pequeno em uma tentativa desesperada de nos tornarmos mais velozes a que luz do sol. E assim, igual ao Pequeno Príncipe, podermos assistir o sol se pôr quarenta e três vezes em um único dia. Assim quem sabe, nos livraremos da tristeza, aumentando a possibilidade de alcançarmos a tão sonhada felicidade. Sem percebermos que a luz que clama por renovação, é a luz que há em nós mesmos... No fundo de cada um de nós. Onde lá, o sol se põe a cada tristeza que nos ensina a superar as dificuldades, e renasce a cada alegria aprendida.
Por incrível que pareça, aprendi que os dias da nossa existência não são os mesmos dias do nosso calendário. Toda vez que superamos alguma das tristezas que povoam o nosso coração, para nossa alma significa o final de mais um dia. E só então, ela sente-se livre para viver o próximo dia.