TROCADILHOS – pedaços da alma
Não quero que chorem com a despedida de minha alma; quero que sorriam com a esperança do porvir, já que o fim é derradeiro, porque se antecipar no desespero.
Deixem os homens tolos morrerem em si mesmos. Eles não apenas colhera o que plantaram, eles também colheram o que colheram. Se para uns o tempo é mudo e passageiro, para outros é poliglota e eterno.
Não busco nos meus suspiros passar apenas pela vida, tento viver um pouco à minha parte sentida, marcada por idos vãos, dores fortes que são da minha fuga vivida.
Se o tempo me ignora ele não tem sentimento; sabe que sofro demais, sofro a cada momento, porque não posso falar o que diz o meu pensamento.
Ele não tem alforria, ele não tem liberdade, sua vontade já não é sua, vive de caridade.
Errante pelo destino, exilado na sua natureza, definha-se na sua força em busca do querer Ser. A esperança adormeceu, a vida continuou...
A sorte se escondeu na rua da angustura - da saudade...
Maldade eu nunca tive, além de querer amar, tropeços e desarranjos marcaram meu caminhar.
Traído não sei se fui, sofrido tenho certeza, amando talvez um dia por certa beleza. A vida nos traz surpresas por muitas desconcebidas, algumas que vão de encontro a tua estrutura de vida.
Se a beleza não existe, para muitos é passageira.
Se o tempo não é covarde, todo dia se apresenta, porque correr sem destino, fugindo por vários caminhos, mascarando-se na vaidade.
Se a verdade não é tropeço, por que se refugiar naquilo que não se edifica, calar-se não é saída pra quem quer vencer na vida.
Se alheia ou atormentada, decerto o certo existe, encontrá-lo é o segredo para o fim do desespero.
Se o belo é quem estrutura, determina, significa, agora ficou mais fácil achar a pessoa querida.
Dificilmente encontrarás nas capas de uma revista, bem menos a verás circulando pela mídia, talvez esteja bem longe-perto bem escondida.
Pra quem sofre de miopia o difícil é enxergar, encontrar quem o ama e não sabe demonstrar. Eta vida danada de caminhos que não existem, parece até um labirinto de uma sina bem triste.
Terei que mudar o enredo para meu fim ser feliz, esquecer é o problema, de tudo que já fiz. Se condenado eu for não terei opção pra escolher, aceitarei o veredicto do meu direito de morrer.
Morrerei bem inconformado da minha vida vivida, daquela que nunca quis, e que não foi escolhida, mas pela graça de Deus continua ser mantida.
Decerto há uma verdade, e grato sempre hei de ser, por tudo que já tive e que já fiz conhecer.
Não darei vasão à saudade para que eu não sofra mais, grato sou pela oportunidade de viver mais um pouquinho, demonstrar quem eu sou, sem rancor e com carinho, mesmo que em alguns momentos esteja partido por dentro.
Da vida nada levarei, além da saudade vivida, da liberdade esquecida e da sabedoria mantida, talvez, não nos passos dados, mas nos mantidos pela vida.