Tive certeza: estava viva!

Planejamos quais serão os dias especiais e mas importantes de nossos vidas, marcamos horas, marcamos datas, nascimentos, mortes, os conteúdos que serão propostos, as saídas, os encontros, as entradas...tudo.

Mas tive uma prova enquanto andava que as coisas mais importantes acontecem sem que tenhamos conhecimento dessas, as palavras mais importantes são ditas quando menos esperamos e foi assim que me apaixonei. Estava apenas esperando um lugar, uma mesa para almoçar quando te vi parado a alguns metros de mim, foi tão intenso, tão fixo e rápido que eu na hora não pensei, na hora perdi a fome, estava frio no dia, mas por um momento senti um calor intenso subindo pelo meu peito, respirei com dificuldades e só pensava em uma coisa: em saber qual era o seu nome, onde morava, do que gostava de fazer, o que te fazia rir, como era você.

Foi assim, o tempo passou e hoje só o vejo subindo as escadas do corredor rapidamente, ou rindo feito um bobo, um sorriso tão distante de mim, flácido, intacto.

Tenho que controlar todos os fios de minha cabeça quando você passa.

Quando eu o vi aquele dia encostado naquela arvore, tive certeza: estava viva!

Meu corpo virou uma estação de radio bagunçada, descontrolando cada minuto daquele meu dia comum, sempre achei que fosse eu que teria que dizer quais seriam os dias especiais de minha vida, mas me enganei, esse dia foi um dos mais importantes e que hoje fica na lembrança de uma saudade, na certeza de um momento respirando.

Sempre achei que fosse impossivel, até ver você.

Sempre achei que teria que ter um relógio pra saber o momento exato de sair, até ver você sorrindo.

E sempre achei que eu mesma que iria dizer as pessoas que viveriam em minha vida, mas isso foi antes de me apaixonar.

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 21/05/2011
Reeditado em 21/05/2011
Código do texto: T2984392
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.