faz de conta.
dobre o coberto, refaça o café, refaça a vida, abra a janela, limpe a poeira, deixa sair todo o mal que a gente implantou no coração.
desfaça nossos laços, refaça os nossos traços, pegue todo o egoísmo e o consuma só.
faz de conta que eu te disse: eu não te amo. eu quero mais é que ela te deixe, que ela em breve te leve ao inferno e te tranque por lá.
faz de conta, como eu fiz, que a gente nunca se amo. que a gente nunca se perdeu no olhar. que a gente nunca se encontrou em sonho.
pegue a fotografia e deixa aqui, somente ela, pra quando o peito apertar, o arrependimento bater, eu me lembrar do porquê eu não te quis. do porquê eu não lutei, porquê eu fugi, pra variar.
mesmo que por fotografia.
construa o seu castelo de mentira sozinho. monte o teu porto de sofrimento, em outra.
apague a luz do corredor, desligue o som do carro, desligue o som de sua própria voz que diz aos 4 ventos que estás feliz. que diz aos 4 ventos que estás com seu amor. porquê por mais que a gente continue se afogando nesse poço de silêncio, cada um sabe a falta que um, faz no outro!