- Alcoólico Anônimo

Acordado ás 08h20min da manhã...

Vocês devem estar se perguntando o porquê ser tão incrível isso. Desde meus 12 anos sofro de “insônia” algo até comum {se tivesse cura} pelo menos no meu caso não há.

Então aprendi a controlá-la melhor, há alguns anos venho trocando os dias pelas noites e isso funciona bem; A partir dos quatorze anos adotei uma coisa estranha, só dormia após as 3h da madrugada; foi foda no inicio mais você se acostuma.

Então em resumo. Minha insônia foi diagnosticada pelo médico (ou psicólogo) como uma “insônia emocional” que não me esclareceu absolutamente nada.

Ah! E ainda tem o lance da “Anemia profunda” que realmente é desinteressante.

Voltemos então:

08h20min, apenas 4h de sono;

Levantei-me e procurei pelo chão uma bermuda que sabia estar ali em algum lugar, com os olhos fechados tateei a cadeira para apanhar meu casaco, e nós fomos a padaria da esquina.

Olha não é fazendo drama, mas nem eu me suporto quando não durmo; isso é drástico.

Ao chegar à padaria a menina que atende sorriu e me saldou com um “Bom dia Senhor” - vou lhes confessar, não vi porra nenhuma de bom - enfim, respondi entre os dentes alguma coisa inacessível até mesmo pra mim; “10 pães e 200g de queijo, por favor.” Fui o mais educado possível, minha boca estava amargando de fome, minha cabeça estava como um circo de vozes, meu dia mal havia começado e já estava sendo frustrante estar nele.

No freezer que havia ao meu lado esquerdo, reparei algumas bebidas e pensei: “Um Choop cairia bem”. Abri o freezer e peguei uma garrafinha “caracu” paguei a menina do caixa, abri minha garrafa e quando dei o primeiro gole ouvi ao fundo uma voz rouca e desconhecida que dizia “cachaceiro, cachaceiro”.

Olha não sou de perder a paciência com freqüência, mas era o cumulo; alguém me chamando de cachaceiro. Senti o fogo percorrer todo meu corpo, e em um estampido acordei do sono que ainda me abatia.

Quando olhei para o homem que falava as tais malditas palavras, vi que não as direcionava a mim e sim para si mesmo.

Ele segurava uma garrafa de Caninha da Roça em uma mão e noutra mantinha um copo descartável surrado; e ao derramar o liquido branco e viscoso para dentro do copo dizia com expressões tristes “bêbado, cachaceiro”.

Apanhei meu saco de pão com queijo, segurei firme minha pequena garrafinha e me fui sem olhar pra trás.

É foda começar o dia já bebendo, pior ainda é se conscientizar disso.

Agora não me veja como uma má pessoa, eu não bebo sempre; só quando não durmo tempo o suficiente.

Paschoal George
Enviado por Paschoal George em 16/05/2011
Reeditado em 12/11/2012
Código do texto: T2974030
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