De onde vem?

O momento é de espasmos em verdades

Creio e duvido ao mesmo tempo, abraço e ataco meus amigos

O clima pede mais em por-se em guarda

Fatos e sentido, nunca se cruzam se os espero

Potencial caindo

Até quando antes chuva e vinho me faziam não gostar de não gostar

Vivia um medo dessa mística faltar

E punha eu o rosto lá fora, sem medo da rua

Mas com uma profunda negação

Toda boa palavra é nostálgica

E todo bom rapaz é homem sofrido

Todo carinho cego, tão logo cortará teu coração

Toda carga vital é passível de recomeço

Sempre acabo perguntando, mas … interrogações pra quê?

Gosto de provar veneno

Assim me sinto mais preparado

Alerto o coração, qualquer tontura …

E puxo o gatilho, corro para a montanha mais próxima

Chamo por socorro, ou só me escondo até tudo passar

Foi sempre assim, aprendi a trabalhar minha mente

“Você não pode reclamar de tudo, nem tudo é seu”

Mas e se eu conquistar?

Mas e se eu morrer?

E se eu não gostar de morrer?

Há volta?

E se eu não gostar de conquistar?

O que eu vou fazer?

Toda a arrogância que é …

Pedir a culpa, pois não desculpas

Ou tudo o que é adverso …

Que não casa com o que teus dedos tolos escreveram numa juventude sem vida …

Não podem ser tão diferente do que és

Eu, enquanto distante …

Me poupo de todos

Mas e se eu gostar?

Daniel Sena Pires – De onde vem?