devaneios embriagados.
sobrevivendo a mais um caótico outono. sem muito perfume nem cores, tudo meio preto no branco. os dias passam e a gente suporta mais um pouco dessa dor.
o bom e velho conhaque já não esquenta, nem satisfaz, apenas nos mantém nessa jornada rumo a sei lá o quê.
a sanidade nós já matamos, junto ao sonho, a esperança.
sorrisos são expostos como uma forma inaceitável de nosso fracasso.
nos atrevemos a mais uma noite chuvosa. sentados num bar, como uma tentativa inútil de nos sentirmos melhores.
as lágrimas já não nos ferem, já não nos emitem nada. nem esvaziam esse peito sobrecarregado de decepções.
sentamos e vemos o mundo passar sem notar, apenas remoendo essa coisa que os poetas e os loucos chamam de amor.