SENZALANÇA

Daqui do meu escritório ouço os gritos da Consciência Negra. Gritam por liberdade, por espaço, isto e daquilo, acontecendo logo ali na Av. Brigadeiro Luiz Antônio. O som da comoção me assusta e uma sensação, premonição do futuro, me aterroriza. Hoje, 20 de Novembro de 2006, foi dado o primeiro tiro para a guerra da discriminação racial no Brasil, que até hoje não havia se levantado pelo motivo de termos todos nós em nosso DNA um gene negro. Isso nunca nos incomodou, pelo contrário, ganhamos com ele a garra, a musicalidade, a determinação e muitos outros atributos positivos advindos desse gene.

Daqui para frente, provavelmente, além da Parada Gay, MST, da Consciência Negra, as próximas serão o Orgulho Caucasiano, a Razão dos Desquitados, a Beligerância dos Aposentados, a Revolta dos Órfãos e outros tantos. Cada vez mais as oportunidades e incentivos são abertos para que nosso Brasil se torne racista.

Um dia por ano não constitui direitos, somente deveres e obrigações.

Soaroir Maria de Campos – SP/SP Nov.20/2006

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