HOJE!
Hoje, no meio de toda essa gente
Gentilmente me cedi ao vento
Fui observando essas gotas de vida
Tão diferentes e tão parecidas
A maioria das pessoas nem reconhece nada ao seu redor
A infinitude de probabilidades
Sonhos perambulando nas mentes tão dispersas
Toda essa magnitude gerada pela imensidão
Uma música estranha ao fundo
E isso dá um toque nostálgico na cena comum
Vidas que se entrelaçam no cotidiano
De adeus em adeus, tornaram-se o que são
Nada que eu diga pode ser maior do que a realidade
E eu sinto que nos perdemos muito cedo
Parece muito tarde pra gritar
Estamos submersos nessas “graças abundantes” que saltam do medo
Eles parecem não se importar
Quem vai se importar por eles?
Eles apenas vivem, e alguns de sonhos rarefeitos
Algumas almas sem desejo, sem busca
Eu me importo por eles
Eu choro pelo meu tempo
A geração que me é contemporânea
Os filhos dos mesmos séculos
Sempre vai restar algo
E, no meu caso, é o coração
Ainda pulsa uma vida incessante
Mas diariamente morre e renasce
Se eles soubessem o que estão perdendo
Se deixando levar por uma vida superficial
Estariam dispostos a recusar a mentira
E sorrir de verdade, mesmo em meio à dor