Dançando
Sempre fui de dançar... assim como sempre fui de falar, de escrever. Justamente como agora.
Faço isso pelos medos, pelas inseguranças.
Para externalizar o interno.
Para internalizar o externo.
Evitando as lágrimas,
as descrenças,
os passos da dança fluem e as lágrimas assim estão disfarçadas
no suor saido de meu corpo, no balanço, nos passos.
Bem como agora elas são
as palavras que transbordam da mente,
as lembranças.
Quando as palavras cessam...
Vêm a vontade de dançar.
Cantar no soprano que eu sei fazer.
Caminho convicta.
Sou proprietária dos tons e da letra,
sou proprietária da pista e da melodia
dos passos da dança, numa completa autonomia.
Faz tempo que eu não mergulho na pista
de outrora.
Nas letras de outrora... Em que personifico o orador.
Já dancei lá por você.
Você... incognito, irreconhecível, desconhecido.
Você, que sempre esteve aqui... e sempre esteve lá... sempre e por toda a parte... por toda a parte...