Bitter as Fuck
Parece maldição. Deve ser. Desde um maldito dia de abril de 1987 - data em que fui cagado nesta latrina rodopiante que chamamos de Terra - tem sido uma maldição. Não sei o que anda acontecendo com o meu corpo. Se é falta dos exercícios que eu estava acostumado, se é da minha nova alimentação ou se é só por causa da repressão em período integral de pegar uma filha da puta pelo pescoço e sentir o hióde sendo esmigalhado na palma da minhas mãos. Deve ser o câncer chegando. Ou Deus me perseguindo por causa das minhas heresias periódicas. A porra de um ombro que desloca, a merda de uma rinite, a desgraça da falta de ambição. E agora feridas misteriosas nos pés, pulgas pelo corpo; me sentindo mais feio do que na época da escola em que não pegava nem gripe. E hemorragias nasais. E uma olheira que não some, uma derrota que não cessa, um sono inclemente desde que me conheço por gente; a própria preguiça de gente; senador escrevendo "despreso", mulheres que ficam choramingando por não arranjarem namorado mas não percebem que não conseguirão enquanto forem contraentes com a futilidade. Essas bostas de familiares que não conseguem ficar com a maldita boca fechada e cuidar do próprio olho do cu. Esses merdinhas em formação de personalidade se achando o baluarte; se achando imunes a um idílio de ódio que vem sido fomentado desde o fórceps. E essas lágrimas, ao meu ver, inúteis. A culpa é sua! E do contínuo axioma dos dias: nada vale o esforço que se faz... como sempre.
Hatebreed - Facing What Consumes You
11/05/2011 - 22h01m