bouquet de fatos
um decilítro de sêmen
score riso
entredentes
nesse esboço porco
de um corpo hemorrágico
que de algaravias treme
danças e orgias
virago num perdão se deita
cabrocha anunciada, roda
teu beijo fica bem no meio
de toda essa prosa
zeppelin ligeiro
sobre nossas cabeças jogadas
e tantos cabelos que nos perdemos
na mata de caracóis, de cevada e centeio
só nossos corpos se reconheceram
porque somos outros de tantos nadas
a uma hora dessas
guardo teu carinho
com os brinquedos de criança
junto vai o menino que vela
a infância como prometeu
vivendo no pacote dobrado no alto do armário
papel de pão e um plástico na ponta
o fundo rasgado
já meio úmido das últimas ondas de chuva
meu corpo é do outro
um gesto meu rasga
adoeço nos braços
enlouqueço
envelheço vivo
espectador aterrorizado
vencido
encarnado em desperdício
por não ser o Tao
mas veja, meu amor já é dado
é teu desde que tudo deu errado e fundou
neste coração leviano
um nome próprio pra dor
seu porquê de fato