A dor também tece afetos
Conheci a Mônica Reis através da amiga Cleyde, mãe da Gabriela, que morreu aos 14 anos vítima de uma bala perdida.
Cleyde partiu há quase três anos para se encontrar com a sua Gabriela. Quando perdeu a filha, transformou o luto em luta: se fazia presente com seu ombro amigo nos momentos de dor de outras famílias.
Despedimos-nos dela com muita dor e com o compromisso de continuar seu trabalho de ajuda aos mais necessitados. E assim me aproximei da Andréa e da Mônica.
Ontem recebi um telefonema da Fátima, outra amiga do grupo, comunicando o falecimento da Mônica em um acidente de trânsito. Meus pés não encontraram o chão. Como?
Mônica, tão alto astral, tão cheia de vida, alegria que contagiava todos a sua volta.
Passei o dia ajudando a Andréa nos telefonemas, no desenrolar da burocracia, pois o acidente aconteceu em Taubaté.
À noite, recebi um telefonema da Cristiane Marcenal, mãe da Joanninha, torturada e morta quando estava aos cuidados de seu pai. Converso com a Cris e falo do momento de tristeza que estou vivenciando. E ela, como a Cleyde, colocou seu colo a disposição, se oferecendo para me acompanhar no que fosse preciso.
Nesse início de madrugada em que o sono deu lugar a reflexão, ao pensar no dia que desponta, no momento da despedida da Mônica, penso que a dor une, cria laços e tece afetos.
As lágrimas caem em demasia, preciso vivenciar mais uma perda, preciso também escrever, transformar pensamentos em palavras e assim ajudar no processo de cura interior.
Amigas que partiram, mas deixaram pegadas como exemplo de vida.
05/maio/2011
Conheci a Mônica Reis através da amiga Cleyde, mãe da Gabriela, que morreu aos 14 anos vítima de uma bala perdida.
Cleyde partiu há quase três anos para se encontrar com a sua Gabriela. Quando perdeu a filha, transformou o luto em luta: se fazia presente com seu ombro amigo nos momentos de dor de outras famílias.
Despedimos-nos dela com muita dor e com o compromisso de continuar seu trabalho de ajuda aos mais necessitados. E assim me aproximei da Andréa e da Mônica.
Ontem recebi um telefonema da Fátima, outra amiga do grupo, comunicando o falecimento da Mônica em um acidente de trânsito. Meus pés não encontraram o chão. Como?
Mônica, tão alto astral, tão cheia de vida, alegria que contagiava todos a sua volta.
Passei o dia ajudando a Andréa nos telefonemas, no desenrolar da burocracia, pois o acidente aconteceu em Taubaté.
À noite, recebi um telefonema da Cristiane Marcenal, mãe da Joanninha, torturada e morta quando estava aos cuidados de seu pai. Converso com a Cris e falo do momento de tristeza que estou vivenciando. E ela, como a Cleyde, colocou seu colo a disposição, se oferecendo para me acompanhar no que fosse preciso.
Nesse início de madrugada em que o sono deu lugar a reflexão, ao pensar no dia que desponta, no momento da despedida da Mônica, penso que a dor une, cria laços e tece afetos.
As lágrimas caem em demasia, preciso vivenciar mais uma perda, preciso também escrever, transformar pensamentos em palavras e assim ajudar no processo de cura interior.
Amigas que partiram, mas deixaram pegadas como exemplo de vida.
05/maio/2011