prezo pelo prosa do preso (livre [de sono])
Uns ficam presos em elevadores quando falta energia pra movimentar o elevador.
Uns ficam presos no trânsito quando o tráfego é sobrecarregado com animaizinhos dentro de jaulas móveis a caminho elegantemente da perdição completa.
Uns ficam presos em presídios por razões óbvias.
Uns ficam presos em casa por causa das ruas.
Uns ficam presos nas ruas por causa de suas casas.
Uns ficam presos em alguém por causa que apresenta baixa auto-estima, ou exatamente pelo oposto, ficam presos por quererem usar um coitado qualquer como instrumento para canalisar toda a sua promoção auto-suficiente, mas no final tudo fica preso com mais precisão quando juntam os dois pólos aí postos.
Uns ficam presos em vícios sadios, como leitura labial ou jogos de pôquer com altos riscos financeiros ou em discos da fase setentista do Roberto Carlos.
Muitos ficam presos na ideia de se libertar de algo que está prendendo, mas essa ideia de estar preso acaba sendo mesmo a questão de ficar maquinando coisas absurdas dentro da mente e tudo o mais.
Dá pra ser livre confinado num metro quadrado de elevador parado.
Dá pra ser livre no trânsito caótico, paulistanamente caótico.
Não dá pra ser livre na cadeia, a menos que se cave um túnel em qualquer lugar e saia de lá como naquele filme "um sonho de liberdade".
Dá pra ser livre, porque tudo é livre, tudo é aceito, tudo é permitido, e no final das contas ler isso aqui que foi escrito sob o efeito alucinógeno do sono pesado vindo com tudo, acaba fazendo algum sentido de que hoje em dia há uma liberdade tão absurda que é possível publicar essas coisas por aí de graça.