Solidão.

Deitada no chão, olhava para o céu. Admirava aquela imensidão de cor azul, com algumas manchas brancas. O Sol a cegava com o seu brilho, mas ela não desviou o olhar nem por um instante. No alto, os pássaros voavam. Tão alto, que ela mal podia vê-los, provavelmente por causa da sua irritante dificuldade de enxergar as coisas ao longe. Desejou que, pelo menos por um minuto, pudesse se transformar num pássaros daqueles, que pareciam ter uma vida bem mais fácil do que a dela. Queria ter toda aquela liberdade, queria poder alcançar o céu, fugir, desaparecer. Fechou os olhos e deixou que as lágrimas brotassem de seus olhos. Já estava cansada de sorrir durante toda a manhã, e deixou-se levar pela música que tocava em seu fone de ouvido. Tudo estava difícil demais, mas seria ainda mais difícil se tivesse de contar a mesma história a cada lágrima que escorresse pelos seus olhos. Por isso, preferia sofrer em silêncio. Por isso, preferiria estar lá em cima, voando com os pássaros, só para ver se as coisas ficariam melhores.

Raíssa César
Enviado por Raíssa César em 06/05/2011
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