Nem tudo o que aqui há ou apenas o que aqui está.
Quando, em março de 2006, me cadastrei e comecei a deixar uns textinhos aqui, fiz isso muito preocupada: Sandra Mara Costa Barbosa, a moça que me convidou a conhecer o Recanto das Letras, escreve belamente (ela é uma pessoa bela, e pode-se encontrar Sandra em www.recantodasletras.com.br/autores/sandramara, além de no meu coração).
Afora os textos de Sandra eu não conhecia escritos de mais ninguém. E fui botando meus poemas devagar - feito galinha velha, cacarejando pouco, doida de medo de parir ovo passado, louca de vontade de ser novidade.
Esclareço que fico 'cheia de pernas' com elogios: sou normal. Minha amiga Nora (outra pessoa bela - sim, eu tenho sorte!) diz que "toda modéstia é falsa". Eu acredito e me comporto de acordo: se gosto de ler e me emocionar - aliás, leio para me emocionar - também gosto de causar a mesma sensação (é um sentimento meio parecido com estar apaixonado, acho). Então, adoro notícia boa - tanto dar quanto receber.
Não é a pauta, aqui, detalhar os elogios - apenas tenham certeza de que agradeço muito - mas o fato é que certos comentários me espantam pela suposição de que sou APENAS ou TUDO o que está escrito: como se o poeta não fosse um personagem de si mesmo, como se um texto não investigativo/acadêmico não fosse mera ficção, como se nós, contadores de histórias e de dores, não tentássemos amenizar umas e enfeitar outras, pelo simples fato de que 'somos capazes de'.
Quando leio algo - logicamente, escrito por alguém - tento prender-me à sensação que o texto me causa e não alargar as margens do rio-sentimento de forma a molhar o autor. Se a pessoa é generosa, vaidosa, cruel ou diligente, quem o sabe? Talvez nem ela mesma...
E, se nem eu mesma sei de tudo que há em meu coração, de apenas o que está em meu coração, como posso pretender ser compreendida?