Alien

De braços abertos oferecendo um amplexo que tão tanto quero e tão tão-somente não posso ter. Poderia ter um abismo mais plausível... algo como um abismo cronológico; ou mesmo um abismo com cinco mil quilômetros de mar separando nosso encaixe. Mas não. É um abismo do incognoscível: você não sabe que eu existo e eu, à minha maneira, tenho a triste e perniciosa mesma ciência. Bosta. Basta que você me prometa que vai tentar, de alguma forma, de algum jeito, de algum modo, tentar, sim, tentar, apenas tentar; tentar me amar, que eu já posso me sentir um pouquinho melhor, um pouquinho menos coberto de lama; ter parcialmente anulada essa sensação contínua e ininterrupta de nulidade diante das suas pálpebras pintadas de verde-mar, dos seus cabelos negros-e-laranjas, dos seus lábios grossos e rosados e desse laço azul envolto em seu braço - diante do mundo que eu escolhi habitar e nomeá-lo de Amor Por Você.

06/05/2011 - 00h44m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 06/05/2011
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