O ECO...

Pela noite

Quando o silêncio impera

Após as exéquias fúnebres

Do bulício

Quando nem o relógio se ouve

Porque em casa não há relógio que bata

Num dia calmo

Sem chuva que beije as vidraças

Nem vento que fustigue os resguardos

Quando os lençóis nos abrigam

E nos roçam o corpo tão suavemente

Que mais parecem carícias

Ou mãos dispersas

Que nos afagam

Pela noite

Calma

Em silêncio

Quando dizes que me amas

À meia-luz

Sem interferências perturbadoras

A tua voz multiplica-se de emoção

Toques sensuais

Mais sensuais que nunca

Os sons que exprimes

No eco do silêncio

São muitos num só

Só tu e eu

Cúmplices

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Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 04/05/2011
Código do texto: T2948705