O ECO...
Pela noite
Quando o silêncio impera
Após as exéquias fúnebres
Do bulício
Quando nem o relógio se ouve
Porque em casa não há relógio que bata
Num dia calmo
Sem chuva que beije as vidraças
Nem vento que fustigue os resguardos
Quando os lençóis nos abrigam
E nos roçam o corpo tão suavemente
Que mais parecem carícias
Ou mãos dispersas
Que nos afagam
Pela noite
Calma
Em silêncio
Quando dizes que me amas
À meia-luz
Sem interferências perturbadoras
A tua voz multiplica-se de emoção
Toques sensuais
Mais sensuais que nunca
Os sons que exprimes
No eco do silêncio
São muitos num só
Só tu e eu
Cúmplices
Entregues ao momento