EMPIRISMO DO AMOR

Se fosse possível captar o amor por algum sentido específico, queria agora, ter a honra de experimentar.

Sei que o nobre sentimento se acha no íntimo e eclodirá quando compreendido por completo pela vã filosofia humana, que presa as provas tão inúteis quanto traiçoeiras dos sentidos, cuja arte é ludibriar a razão, tenta para ele encontrar explicação aproximada.

Eminentemente racional, não se enclausura o amor ao frugal ato externo de um carinho ou um cafuné, que quando muito, conseguem tão somente expressar uma pequena e parca partícula da sua sublimidade.

Seria possível que o empirismo aqui se manifestasse, mostrando de que matéria é feito o amor?

Como poderia o abstrato tornar-se concreto, sobretudo dando de fronte com o egoísmo que permeia o ser humano?

Como sentir algo sem saber o que é? Como experimentar alguma coisa sem saber que matéria sutil a compõe? Como mensurar o incomensurável infinito no que o amor se torna, em algum lugar do Universo?

Onde está, enfim o equilibrio entre o racional e o empírico, e ainda, qual seria esse ponto, no que diz respeito ao mais sublime dos sentimentos, a emoção mais plena, aquela que dispensa a palavra e a forma e se acha no ato, de dentro para fora?

Marcello Santos
Enviado por Marcello Santos em 02/05/2011
Código do texto: T2944965
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