::: Inexistência :::

Uma parte de mim é pura poesia, enquanto a outra parece não existir. Então vivo, nessa eterna transição entre poesia e inexistência, buscando algo que preencha o que nunca fora preenchido. Algo que nem sei mais o que é. Ás vezes não sei porque vivo, nem sei se realmente existo. Não sei se posso definir isso como "crise existencial" ou "overdose de inspiração". É muita irregularidade do meu ser, que me atira contra o espelho me fazendo enxergar quem realmente sou ou não. Talvez, morrer não seja tão doloroso, viver é árduo, mas morrer... não! Morrer é fácil, é sublime como uma injeção de paz insuflando as narinas da'lma. É suave como uma pétala branca caindo sobre a terra orvalhada. A morte é gentil e verdadeira. Não inventa sorrisos e nem felicidades. Não falsifica emoções.

Quisera eu, conhecer o paraíso e experimentar a imensurável leveza da alma. Muitas vezes tenho que me esconder para escrever, em algum cubículo rodeada somente por paredes brancas e silêncio. Passando as páginas do caderno com delicadeza para não ser ouvida. Escrevendo rapidamente e me sentindo, como se "escrever", fosse um crime hediondo cometido por minha mão. Me escondo atrás de tantas linhas por não compreenderm que, se não escrevo, não existo!

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 02/05/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2944843