::: Inexistência :::
Uma parte de mim é pura poesia, enquanto a outra parece não existir. Então vivo, nessa eterna transição entre poesia e inexistência, buscando algo que preencha o que nunca fora preenchido. Algo que nem sei mais o que é. Ás vezes não sei porque vivo, nem sei se realmente existo. Não sei se posso definir isso como "crise existencial" ou "overdose de inspiração". É muita irregularidade do meu ser, que me atira contra o espelho me fazendo enxergar quem realmente sou ou não. Talvez, morrer não seja tão doloroso, viver é árduo, mas morrer... não! Morrer é fácil, é sublime como uma injeção de paz insuflando as narinas da'lma. É suave como uma pétala branca caindo sobre a terra orvalhada. A morte é gentil e verdadeira. Não inventa sorrisos e nem felicidades. Não falsifica emoções.
Quisera eu, conhecer o paraíso e experimentar a imensurável leveza da alma. Muitas vezes tenho que me esconder para escrever, em algum cubículo rodeada somente por paredes brancas e silêncio. Passando as páginas do caderno com delicadeza para não ser ouvida. Escrevendo rapidamente e me sentindo, como se "escrever", fosse um crime hediondo cometido por minha mão. Me escondo atrás de tantas linhas por não compreenderm que, se não escrevo, não existo!