SOMOS OS ÚNICOS RESPONSÁVEIS PELO QUE SOMOS

Se sofremos fracassos, somos os únicos responsáveis por eles, seja por nossas deficiências, por nossos medos, inércia, ou porque nos dificultaram. Somos todos providos de inteligência e capacidade para inovar e vencer obstáculos e por isso não é justo responsabilizarmos quem quer que seja por nossas derrotas, pois não temos um inimigo contra-atacando (ninguém se opõe a nós na carreira da vida), pois nossa luta é apenas pela conquista de terreno e, para avançar, lutamos contra nós mesmos, superando nossas imperfeições.

Antes de responsabilizar a alguém por nossas derrotas, convém que nos examinemos com sinceridade e então veremos onde temos errado, quais fraquezas nos têm imposto entraves e logo poderemos prevenir essas fraquezas e eliminar os erros gradativamente, até que o índice de acertos se torne maior que o de erros.

Se as outras pessoas forem responsáveis por nosso insucesso, jamais poderemos mudar mossa vida, estando condenados a ser eternamente meros produtos das intenções dos outros, como se não fôssemos sujeitos de nada. E, se for assim, quanto aos outros (as pessoas que não são nós, às quais comumente atribuímos nossos fracassos), seriam essas pessoas também mero produto das intenções dos outros? E se forem, seriam produto de que ou de quem?

Ora. Se somos meros produtos das intenções dos outros porque responsabilizamos os outros por nossos fracassos, todos somos produtos das intenções alheias e então os outros também não são responsáveis pelo que são e, tampouco, podem ser responsáveis pelos nossos fracassos, pois são também produto das intenções de outras pessoas, que são produtos das intenções de outras, que são de outras e de outras e assim infinitamente.

Logo, com base na linha de pensamento que responsabiliza os outros pelos próprios fracassos, se, “por mero acaso”, algum dia se tiver sucesso, de igual modo não será justo incorrer na imoralidade de atribuir-se a si os méritos por esse sucesso.

Entretanto, não somos escravos de nenhuma circunstância ou pessoa e somos os próprios autores e protagonistas do nosso papel, podendo mudar nossa condição sempre que desejarmos. Para tanto, compete-nos parar de culpar os outros por nossos fracassos e então poderemos ver onde temos errado, podendo daí corrigir os erros, produzindo o sucesso desejado.

Ninguém jamais é responsável pelo insucesso de outra pessoa, a menos que consiga mantê-la sob ameaça constante, consiga prendê-la para o resto da vida ou lhe tire o cérebro.

Wilson do Amaral

Autor de Os Meninos da Guerra, 2003 e 2004, e Os Sonhos não Conhecem Obstáculos, 2004.