UM ABRAÇO DE OUTONO.

Já recolhida com os livros na mão, adormeci naquele sofá distinto. Escolhi mensagens que fossem trazer momentos de reflexão, o que me fizesse crer que o abraço das folhas impressas traria o aconchego para os meus próximos dias. Mas a sala vazia, quem recolheria a minha introspecção?

Pensamento longe, desenhando na minha mente o esboço do afago e do teu abraço nas linhas do coração. Quem não sente a alma recolhida por afeto e compreensão?

Na noite de outono, a constelação abraçava a perplexidade do brilho do meu olhar.

Céu límpido de nuvens silenciosas, que sutilmente mudam de posição, amparadas por um gesto que envolve a terra,quando alguma estação se alia ao nosso dia a dia e despertam nas datas disciplinadas, as quais a natureza se encarrega de acolher.

Acolhida naquela noite pelo teu abraço de afetividade, este que indica os nossos planos.

Naquela noite, eu queria um abraço...

Um abraço de outono, dentro da sobriedade desta estação.

Um abraço que não seja breve, que simbolize o meu encanto por ti, que tenha a semelhança das folhas secas, unidas, mesmo quando estão totalmente opacas, pois o que transmites já está declarado pelo teu íntimo, feito o outono, declarando-se para o aconchego da natureza, abraçando as folhas ao ar livre. Mas o nosso afeto individualmente circulará pela atmosfera, recolhido pelas páginas de mais um alvorecer.