A DOR DO INSUCESSO
O título é dramático. Certamente, foi influenciado pelo momento de conjectura deste texto, o qual seguirá poucos - ou talvez nenhum - padrão de escrita.
É isso mesmo. Pela primeira vez na minha vida redatora, vou escrever sem pensar muito e sem priorizar a harmonia das palavras. Afinal, para quê tudo isso? Para que serviria, quando acabo de sofrer uma amarga derrota nos bastidores? Sinto minha confiança abalada, uma vez que um de meus textos está reprovado em uma oficina literária, a ser realizada na Biblioteca Pública do Paraná ao final do presente mês.
Explico: as normas previam o envio de uma crônica para participação no citado evento. Com o texto aprovado por um profissional cujo nome não convém citar, meu ingresso estaria assegurado. Porém, ao receber a relação de nomes inscrito e constatar que o meu não estava, senti uma intensa frustração a corroer meu espírito. Reprovado! Barrado! Impedido! Escrever é minha principal atividade e, de repente, fracassei naquele que é meu superior prazer? Não pude acreditar, juro.
Nos últimos anos, acostumei-me a ajudar outras pessoas a melhorar o seu texto, bem como a elogios. Não apenas colegas de faculdade, como também familiares e muitos recantistas sempre comentaram meus escritos de forma lisonjeira. Críticas sempre existiram, é verdade, porém muito bem fundamentadas e pontuais, sem alterar a estrutura principal da composição. E agora, a derrota? Dolorosa, cruel e irrecuperável? A mim, sobram apenas a dor e a desilusão. Será que conseguirei produzir novos textos? Talvez textos acanhados...ainda me resta um semestre e meio de faculdade, provavelmente me acostumarei aos artigos científicos. Então, eu escrevo mal e não sabia. Quantos textos já publiquei neste Recanto, meu Deus, crente de que tivessem qualidade. Não sei o que fazer. Agora, consigo apenas chorar sobre o leite derramado.