Eu.

Eu sou tão indecisa sobre algumas coisas, tão carente. Sou tão romântica e melosa que às vezes sinto até nojo de mim. Choro por tudo, por todas as mínimas coisas que falam comigo. Fico triste de uma hora para outra, sem ao menos saber o porquê. Rio por tudo, e rio tão alto, que as pessoas têm que me mandar calar a boca. Quando estou feliz, fico eufórica, falo demais, brinco com todo mundo e faço com que cada minuto seja uma festa. Quando estou triste, finjo não querer que ninguém se aproxime de mim, quando, na verdade, tudo o que eu quero é um abraço bem apertado, um abraço infinito e aconchegante. Sou estranha. Quando amo, amo demais. Quando odeio, odeio demais. Comigo não existe meio termo. Sou muito sonhadora, também, e essa é uma das coisas que mais me orgulho, e, ao mesmo tempo, mais odeio. Sonho com momentos perfeitos e invento diálogos que nunca vão acontecer. Sou do tipo de pessoa que não consegue guardar os próprios segredos, mas, quando se trata dos segredos de outra pessoa, seja ela quem for, eu sou totalmente confiável. Vivo me surpreendendo, nunca faço o que tinha planejado, ou o que estava esperando que acontecesse. Sou tímida, muito tímida, extremamente tímida. Não consigo me expressar em frente ao público, e essa é uma das coisas que morro de medo. Também morro de medo de insetos, qualquer tipo de inseto. Morro de medo de altura, de escuro, de lugares fechados, de pessoas falsas, de perder pessoas que amo, e de sair de casa sozinha. Não sou muito de usar salto alto, prefiro um all-star. Não sou popular, e, por vezes, me orgulho disso. Às vezes, canso de mim mesma. Sou complexa demais, e nem sei porque estou me descrevendo aqui. Confesso que ia escrever uma ou duas frases, mas, como de costume, me surpreendi.

Raíssa César
Enviado por Raíssa César em 25/04/2011
Reeditado em 01/05/2011
Código do texto: T2929735
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