Adeus.

Durante toda a sua infância, aprendeu que devemos perdoar para sermos perdoados, e sempre procurou colocar isso em prática. Enganaram-na, magoaram-na, e ela, nem se quer por um instante, hesitou em perdoar as pessoas que a faziam mal. Aproveitavam de sua inocência para ter alguém que servisse de vítima do estresse do dia-a-dia, e ela se encaixava perfeitamente nesse quesito. Era como um saco de pancadas: mesmo sendo deformado e espancado, sempre voltava ao normal. Mas ela cansou. Cansou de ter que perdoar os erros dos outros, e sempre ser julgada pelos seus. Cansou de ser aquela garota boazinha, e ser sempre passada para trás. Cansou de ser deixada de lado, de ser esquecida. Cansou de ser a segunda opção, aquela que só serve quando não há mais ninguém. Cansou de aceitar o pedido de desculpas dos causadores de suas noites mal dormidas e de suas lágrimas retidas. Agora é tudo bem simples: pisou na bola? Adeus.

Raíssa César
Enviado por Raíssa César em 24/04/2011
Reeditado em 01/05/2011
Código do texto: T2927718
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