Tristeza.
Ela precisava de colo, e não de pessoas julgando-a pelo seu estado emocional. Já passavam das três da manhã. Seus olhos molhados mostravam o quão cansada ela estava de esperar pelo dia seguinte, que com certeza não seria diferente. Tentava fechá-los, mas nada fazia com que eles ficassem assim. Afinal, ao fechá-los, a única coisa que ouvia era um coro de vozes ressoando “você não é assim”, “por que está tratando todos com indiferença?”, “o que está acontecendo?”. Ouvira isso durante todo o dia, e sabia que o dia seguinte não lhe traria algo diferente. Estava ferida, estava machucada, e nada que os outros dissessem mudaria isso. Ela só queria alguém. Alguém para abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem novamente. E, pela primeira vez em toda a sua vida, ela queria poder acreditar.