A FALTA QUE NOS FAZ UM AMIGO
Passamos por esta vida fazendo amizades. Em todas as fases da vida as encontramos. No berçário já trocávamos de chupeta e nem tínhamos noção do enorme significado desse gesto, desde a idade mais inocente trocávamos abraços e beijos, o que os adultos censuravam logo, e fomos crescendo aprendendo que era errado ser espontâneo para demonstrar o quanto gostávamos de alguém; fomos crescendo e nos enrolando numa trama de tabus: não pode, é feio, indecente, etc.
Quando crescemos nos deparamos com a realidade de que somos exatamente como aqueles adultos que nos censuravam quando efusivamente abraçávamos e beijávamos nossos amiguinhos de berçário. Nesta fase adulta, problemas dos mais variados nos sufocam, coisas que lá na infância não tínhamos e já precisávamos de amigos; e agora? Contar com quem? Precisa-se desabafar, não dá; precisa-se de um abraço, não pode; se acaso você encontrar um grande amigo, do peito, sem preconceitos e censuras, segure-o com a própria vida, e não tenha só um não, tenha vários, faça de sua vida um campo magnético de amigos de verdade, que atropelem com fúria os tabus da vida adulta, e como criança lembrem de como é simples e bom fazer amigos e preserva-los. Quando brigarem, por que os amigos também se desentendem de vez em quando, voltem a se falar cinco minutos depois, esquecendo que brigaram, como você fazia quando pequeno. E faça isso pra sempre, até o final de seus dias, pois há muito tempo já se dizia que “triste é o homem que não cultivou sequer seis amigos que lhe carreguem em seu último dia.”