Amputaram-me as entrelinhas

O imperativo da dúvida, por tantos sonos perdidos se fez presente.

Sérá amor? será mero jogo de forças entre egos inflamados? será ambos?

Defina-se, é o que te peço.

Dos indícios deixados, tão igênuos, sem o temor do deciframento

Mas agora... já era tarde...

Defendi-me com o silêncio... Inútil.

Das entrelinhas, refúgio meu, fui expulsa

Amputaram-me as entrelinhas do desejo ambivalente

exorcizaram meus apelos transvestidos de loucura

e eu deixei

fui eu a traidora de mim

o que resta é ser àquela quem me acolherá

a boa samaritana

fui eu quem me deixei

sou eu quem me refará dos retalhos.

No final, comporei de mim a melodia adocicadamente trabalhosa do recomeço.

CARINA LEITE
Enviado por CARINA LEITE em 22/04/2011
Código do texto: T2925010
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