Amputaram-me as entrelinhas
O imperativo da dúvida, por tantos sonos perdidos se fez presente.
Sérá amor? será mero jogo de forças entre egos inflamados? será ambos?
Defina-se, é o que te peço.
Dos indícios deixados, tão igênuos, sem o temor do deciframento
Mas agora... já era tarde...
Defendi-me com o silêncio... Inútil.
Das entrelinhas, refúgio meu, fui expulsa
Amputaram-me as entrelinhas do desejo ambivalente
exorcizaram meus apelos transvestidos de loucura
e eu deixei
fui eu a traidora de mim
o que resta é ser àquela quem me acolherá
a boa samaritana
fui eu quem me deixei
sou eu quem me refará dos retalhos.
No final, comporei de mim a melodia adocicadamente trabalhosa do recomeço.