*** Inquietudes da alma ***

Nosso mundo interior tão grande e infinitamente estranho

Quando o pensamento se ausenta livre!...

Na esfera do tempo que delimita nossos atos

Libertando nossos atos, libertando nossas angustias

E nossos desejos.

Soltando nossas amarras que nos subjuga a viver uma realidade

Alheia a nossa vontade.

Quando então nos damos conta de quantas são as vezes

Em que nos é mais fácil, nos acovardarmos, incapazes

De perceber que somos apenas criaturas imperfeitas

Sujeitas a mudanças.

Como é difícil nos sabermos não amados.

Quando então descobrimos que mais difícil

Seria viver, simplesmente o nosso tempo

Quando se morrem as ilusões, dando lugar a solidão que cria

Barreiras nos deixando indefesos, medrosos, embora tão carentes

E quando nos descobrimos cheios de amor e ternura

Temos vergonha e nos condenamos tão duramente como

Se criminosos fossemos.

Quando é tão bonito sentir e transmitir amor

Amor! Doação simplificada da existência

Sem perguntas e tantas vezes sem respostas

Nascem simplesmente, de repente está ali

Sem cobranças.

Feliz é aquele que nasce e renasce para dar, doar e dividir sem ferir

Talvez... porque nos libertamos de cadeias invisíveis

Ou que cumprimos tempo da nossa existência

Como num ritual constante...

Como entender ou como retroceder se a vida não para

Apenas passa.

Se nos perguntamos tantas vezes

De onde viemos? Para onde vamos? Porque e para que viemos?

Para nos descobrirmos talvez! Conscientes ou inconscientes

Das nossas falha, dos nossos “Eus”

Imperfeitos a procura da perfeição que se oculta em nós

Quando a perfeição está no amor

Não importa, se aqui ou além da podridão

Que nós mesmos o crucificamos, tantas vezes

por causas que julgamos justificáveis

Quando quem somos nós, para determinar tempo

Início ou fim de um amor, ou de uma vida

Quando vivemos tantas delas.

Como tirar ou eliminar um amor que nasce as vezes sem que o queiramos.

De repente esta aqui,transformando, evoluindo contra a nossa vontade

Ou choramos por ele ter desaparecido nas folhas do tempo

Em outras nos condenamos nos condenamos

Como se fossemos donos e senhores de nós mesmos

somos apenas criaturas imperfeitas em busca da perfeição

Não da vida e sim do espírito.

Justificável seria se vivêssemos apenas “o hoje”, mas como se vivemos

O “ontem” e teremos inevitável mente de viver o “amanhã”

E quem poderá dizer! O que foi feito do nosso “ontem” ou como será

O nosso “amanhã”...

Maravilhoso seria se tivéssemos a certeza de que fomos

Ou que somos amados e estender as nossas mãos a outras mãos

E não mais se sentir só...

Qunado o amor é bálsamo para as feridas é complemento do sol da chuva que abastece os rios e purifica a terra, do ar que suavisa nossa estrada, que ilumina os nossos olhos.

Transformando ausência em presença que nos faz sorrir

quando nos tocamos

Livres! e sem correntes nos pés...

São Paulo 07 de setembro de 1986

Darcy Bilherbeck.

Bilherbeck
Enviado por Bilherbeck em 20/04/2011
Código do texto: T2920302