Me Caguei na Montanha-Russa
Era tarde no velório
Decidi que iria embora
Dona Xonxa maquiada
Parecia que dormia
Daí, falei pra minha tia
Que tinha hora marcada
No dentista da rua velha.
Foi então que deparei
Com uma casca de cereja
Encolhida, abandonada
Pobre cereja chupada
Fiquei ali filosofando,
E segui também cantando,
Até uma bilheteria
E o que antes parecia
Um circo velho na cidade
Era um parque de verdade !
Sem querer meti a fuça
E o moço disse assim:
- Dôi reár!
- Dê um pra mim!
Com o ingresso adentrei
No parquinho me encontrei
Tinha balanço, bate-bate
E também tinha biscate;
Bem ao longe avistei
A montanha contemplei
Era alta e atrevida
Tinha até uma descida
De arrepiar os pelos.
Amarrei os meus cabelos
E pedi pra ir brincar.
Sentadinha eu senti
O medo da montanha-russa
A barriga reclamar,
Um suor a gotejar
Lambrecava a minha fuça
E na testa a esquentar
Já queimava toda a face!
Meu peidinho anunciou
O que logo se escutou
Um barulho de cagada
A meninada gritante
Ia berrando alucinante
E a merda tava feita !
Como iria explicar
Se a fila era gigante
E estava a aumentar ?
O jeito era disfarçar
E gritar junto com elas
E soltar esguichadelas
Para então me aliviar.
Vida de louca é difícil
Muita merda pra cagar...