Me Caguei na Montanha-Russa

Era tarde no velório

Decidi que iria embora

Dona Xonxa maquiada

Parecia que dormia

Daí, falei pra minha tia

Que tinha hora marcada

No dentista da rua velha.

Foi então que deparei

Com uma casca de cereja

Encolhida, abandonada

Pobre cereja chupada

Fiquei ali filosofando,

E segui também cantando,

Até uma bilheteria

E o que antes parecia

Um circo velho na cidade

Era um parque de verdade !

Sem querer meti a fuça

E o moço disse assim:

- Dôi reár!

- Dê um pra mim!

Com o ingresso adentrei

No parquinho me encontrei

Tinha balanço, bate-bate

E também tinha biscate;

Bem ao longe avistei

A montanha contemplei

Era alta e atrevida

Tinha até uma descida

De arrepiar os pelos.

Amarrei os meus cabelos

E pedi pra ir brincar.

Sentadinha eu senti

O medo da montanha-russa

A barriga reclamar,

Um suor a gotejar

Lambrecava a minha fuça

E na testa a esquentar

Já queimava toda a face!

Meu peidinho anunciou

O que logo se escutou

Um barulho de cagada

A meninada gritante

Ia berrando alucinante

E a merda tava feita !

Como iria explicar

Se a fila era gigante

E estava a aumentar ?

O jeito era disfarçar

E gritar junto com elas

E soltar esguichadelas

Para então me aliviar.

Vida de louca é difícil

Muita merda pra cagar...

Diária Mente Louca
Enviado por Diária Mente Louca em 19/04/2011
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2918779
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