A BELA FÊMEA
A bela fêmea transnuda-se sob o véu puro da seda branca, para esperar o seu amado.
Que de longas batalhas e lugares ermos ele retorna.
Traz no seu jugo o peso da morte que o fez chegar até ela.
A bela fêmea, de formas largas e voluptuosas, espera seu herói ou carrasco, para que ele, com sua força, entre em sua profundeza.
Úmida.
Cheirosa.
Prazeirosa.
Geme então a bela fêmea!
Regozija-se o seu homem.
Está pronto para novas batalhas.
Do amor.
Do ódio.
Do rancor.
Da dor.
Que dilacera corpos e almas.
Vidas que gritam por um pouco de paz.
Vidas que clamam pela justiça dos homens.
Que nunca chega.
E, quando chega, é para quem melhor paga.
A bela fêmea, exaurida pela luxúria e prazer sem igual, adormece em berço esplendido.
Seu herói, agora com sua espada já embainhada, segue seu caminho.
Revigorado está para novas batalhas.
Do bem e do mal.
Mendes Neto
Enviado por Mendes Neto em 18/04/2011
Reeditado em 27/05/2011
Código do texto: T2916493
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