Presença de Deus.

Eu vi quando o sol se escondeu por trás do mar, eu vi sem ter visto, eu vi no meu imaginar.

Eu vi a pobre criança que não parava de chorar, eu vi sem estar la, eu vi na minha mente que cisma que ainda há tanta gente sem se alimentar.

Eu vi a madrugada, o frio que circulava sem nem mesmo ter que passar por la, vi corpos no corredor das calçadas, vi mãos estendidas nos pedidos que não pude decifrar, vi as agonias dos seres ali expostos no tempo, fazendo um contratempo do insistente choro que pude ainda sentir nos meus ouvidos chegar, e a neblina se misturava as tantas lagrimas que eu me vi no sentido exato de chorar.

Eu vi um novo dia amanhecer porque o galo que não pude ver, eu o pude ouvir cantar, e ai eu vi que de novo nada novo iria haver, era só mais um dia que teimava em sair das sombras da noite, de uma noite que logo de novo iria acontecer. E triste, muito triste eu vi que nada iria mudar, pois eu vi tudo isto no momento de desalento onde pude parar o tempo, para que este tempo pudesse me deixar pensar, e neste breve instante eu senti que algo dentro de mim teimava em querer falar, e desta vez sem ver, mas somente ouvindo, uma voz que não soube precisar de onde estava vindo, apenas sussurrou nos meus ouvidos: Eu também estava lá.

E ai eu nada mais pude ver, pois as lágrimas turvaram o meu olhar.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 17/04/2011
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