Meias palavras intermináveis
Por hora queria eu escrever mil coisas, colocar em cada linha meus desalinhos, extrapolar os limites, enfiar o pé na porta, sem gentileza, sem a cordial consideração nitida demais em mim.
Não há nenhum tipo de dor, apenas sobra, o que é para de fato ser sobra. Migalhas de atenção, migalhas de pão, migalhas de pão amanhecido, amassados por um diabo qualquer.
Mas como tais desalinhos são imensos demais, e o nó é inevitavel, escondo o bolo de linha mal resolvida embaixo do tapete, e finjo que nada aconteceu, ao passo que deveria saber que quando a poeira vir a tona, não será na face, que hoje ainda coberta de cinzas clama por um pouco mais daquilo que é resto.
Que fique então as palavras, mal dispostas no texto, as palavras mal colodas no pretexto, e a problemática sem resolução do contexto.
E De mil coisas ruins de serem ditas, a única que consegue sair agora é : Eu amo você.