SEM HORAS...

No tempo que o tempo nos roubava

Os jardins emitiam um som de sirene

Um silvo agudo

Que confundiam o cantar das flores

Com o assobio do vento

O teu peito arfava

Ansioso

Ao ritmo de cada segundo

As tuas mãos

Barómetro do estado emergente

Tremiam levemente

O teu corpo

Inquieto

Balançava no vão da escada

Querias descer

Mas as pernas não obedeciam

O teu relógio do tempo implorava amor

Os teus sentidos reclamavam urgência

Lábios ressequidos de sede

Coração rotulado de fome

Aprenderás a equilibrar o tempo

Porque…

Não há horas para amar.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 16/04/2011
Código do texto: T2912200