Prefiro odiar
Será que o amor existe de verdade? Começo a pensar que não. Talvez o amor entre pais e filhos, entre amigos (será?), mas amor entre homem e mulher? Balela. Conversa pra boi dormir.
Apaixonados. Sim, existe estado de êxtase maior? Existe sensação mais arrebatadora, mais intensa do que a paixão? Quando tudo o que se faz é pensar na pessoa, querê-la por perto a todo o momento, beijar, tocar, sentir.
E depois? Passam-se um ano, dois, três...a paixão se vai aos poucos, como areia escorrendo pelos dedos de uma mão aberta. O fogo que antes queimava, agora é apenas uma pequena brasa. E o que resta, aquele sentimentozinho que fica, dizem que é o amor.
Mas que definição mais tola. Amor? Engraçado. Quando estamos apaixonados, tudo é perfeito, lindo, maravilhoso. Agente se respeita, se suporta, se supera. Atingimos o âmago do prazer só de olhar para o rosto da pessoa amada e vê-la sorrir.
Mas quando a paixão termina, a intolerância vem. E então, o prazer proporcionado outrora ao ver a pessoa sorrir, se transforma abruptamente em impaciência, e um simples gesto de carinho às vezes incomoda.
Sentimentos bons, são ruins.
Prefiro odiar. É mais fácil e faz sofrer menos.
O ódio impulsiona. O amor inibe.
Odiar faz com que você se sinta mais forte a cada dia.
Amar te enfraquece, te suga as energias.
Se tivesse governo sobre meus sentimentos, escolheria passar por essa vida somente odiando as pessoas por quem um dia me apaixonei.
Só assim me sentiria livre de verdade, pois o amor acorrenta.