Sobre o Amor e o Tempo!
Sempre foi noite na minha vida, algumas mais claras, outras tão negras que apavora-me quando a luz ameaça invadir, pois doem me os olhos, os ossos, a alma.
Sempre fui requintada (na alma), mas nunca tão exigente. Basta-me quase sempre um sorriso sincero com dentes tortos, que um sorriso interesseiro com dentes perfeitos.
Sabe, eu não ligo muito para essa coisa de "ordem" das coisas, de "é assim que tem que ser", dessa coisa imbilmente padronizada. Que se dane danem os padrões, eu quero mesmo é sorrisos, e todos bem tortos.
Resolvo agora olhar para o céu, mas você ainda não é estrela, e se acaso for sol, então perdoa-me, eu nunca voltarei meus olhos para ti, pois que frágeis eles desacostumaram-se a luz.
Ah esse amor que não chega, esses ares amenos que antecedem as flores...cá onde estou eles não sompram. Vez ou outra ameaçam fazer tempestade, então, corro até o terraço com meus óculos escuros, observo todo o trâmite natural e desço ainda mais fundo o meu poço, pois que já basta ser levada, lavada, massacrada pela escuridão entremeada de uma luz que o tempo todo ameaça-me, ainda me sobrevém esses ventos carregados.
Sobre o amor e o tempo pouca coisa posso falar e posso dizer te (se é que me ouves, ou lês, sei lá, essa coisa meio torta de sincronia, sintonia) que o tempo é o amor que não chega, e que o amor é esse tempo de espera que não passa.