As Moscas

Essa merda poderia durar bem para o sempre todo. Para todo o sempre que concerne uma vida mais do que a das belas borboletas fartas da experiência de suas longevas vidas de uma semana. Essas moscas mórbidas que zunem ao redor de carcaças putrefatas dos amores mortos me exasperam pois não há rabo de cavalo que as afugente. Não que eu sinta falta do outro lado das paredes brancas e lisas do universo, do asfalto áspero do mundo cão e da selvageria que os ponteiros dos relógios ditam; não, não mesmo. É apenas a ínfima necessidade de ter alguém aqui pra me abraçar. Não precisa nem ser aí na sua esfera apocalíptica de neuroses contemporâneas sobre o ser-ou-não-ser. Apenas um abraço, um carinho, um cheiro e um pouquinho de atenção. Nada mais. Vem, de braços abertos? Vem? Pode ser numa esquina mundialmente conhecida qualquer, não me importo. Mas vem pra mim?

00:52 11/4/2011

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 11/04/2011
Reeditado em 11/04/2011
Código do texto: T2901500
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