Palavras jogadas ao tédio...
O que faria eu...neste momento.Sem estas palavras, sem outras palavras.A hora paralizou, porque é de minha vontade que passe...até os segundos desobedesem-me, quem dirá os minutos...e as horas.O silêncio é cortante, desafia os pensamentos...os ruídos e falta de luz constituem um cenário onde se passa um filme de terror.Batidas de prédios em construção, enquanto eu aqui, permaneço estagnda...constituindo os ruídos, acrescentando nessa valsa negra, o barulho irritante das teclas.Iludida, nunca disseram-me que seria assim, nunca souberam...ninguém sabe.A verdade é que meu tédio é bem-vindo, por que nele encontro razões para palavriar com neologismos como este.Incrível saber que com o passar de cada letra, me liberto de segundos, e o quanto me acalma...escrever,executar pensamentos quando me encontro nessa nebulosidade silenciosa que me machuca...A existência dessas palavras diminui esses sentimentos...
Passaram-se algumas horas após estas últimas reticências, intermináveis horas...que mal cabem em um dia.Estranho,meus ombros caem sobre mim e derramam essa tensão por todo o corpo.Exagero, dramaticidade...talvez.Mas a realidade no momento é essa...os bocejos nem visitam mais meus lábios e as palavras caminham impacientes de um lado pro outro.Tudo está cinza, inclusive essas letras...mas na realidade é apenas o meu olhar.A retina está poluída de nuvens, e por isso o resto do mundo está assim...Não é fácil, talvez seja inútil jogar todas essas ideias soltas, esses pensamentos sem fundamentos, mas no momento é o que me dá energia.Estão todos calados...sumindo em um som que não se propaga...ruídos.Onde estão os outros?...Esvaíram-se em seu próprio tédio.Agora nem uma dose dessas palavras que derramei me serve.Só espero que á pouco tempo, tudo isso acabe.E que bom que chegou o término, e isto agora é apenas passado.
Texto escrito dia 07/03/2011