O sorriso

É nos primeiros dias de nascido,que as outras pessoas nos tentam tirar um sorriso, e se não bastasse a insistência em nos extrair este ato espontâneo, cobram-nos, nesta expressão sinceridade. Existem sorrisos dos mais variados tons e sentidos, mas o que está predominando nos últimos tempos é o sorriso da desconfiança.

Eu, que já não gosto muito de sorrir, ultimamente venho vendendo caro esse ato. O ser humano evoluiu muito, e ao mesmo tempo se tornou muito mais desconfiado, daí o ato de sorrir andar meio sumido.Tenho notado que o sorriso espontâneo está cada vez mais raro.

Estou ciente de que a nossa sociedade, cada vez mais preocupada com a situação financeira buscando a estabilidade, está esquecendo do lado espiritual, que poderia dar-lhe um pouco mais de tranqüilidade, poupando-a de indivíduos incapazes de uma convivência sadia em seu seio. Hoje, já não conhecemos mais nem um vizinho, temos medo do que Ele é capaz de fazer mesmo morando ao lado inúmeros anos.

Podemos sair de casa pela manhã para trabalhar e sermos surpreendidos pela ação criminosa de alguém, que pode até mesmo ser esse vizinho, e não voltar ao seio familiar. Como podemos então sorrir? Se não encontramos motivo e nem confiança para realizarmos este ato tão generoso, tão afável e que poderia ser a chave de uma amizade eterna e de uma paz tão sonhada. Os sorrisos que encontramos hoje são de desconfiança, e porque não dizer, de medo. As vezes até tento sorrir, mas o medo da interpretação desse meu sorriso, me retrai e então, continuo com esse ato guardado,na esperança de que um dia quem sabe meus netos voltem a ver os sorrisos mais sinceros, como os que conheci ainda criança. Um grande abraço a todos os seres humanos que buscam a paz, que possam um dia assistir, mesmo que seja de um outro planeta, os mais belos sorrisos.