::: Eu-Lírico :::
Ás vezes preciso estar só, para compreender o que se passa dentro de mim. E, na maioria dessas vezes, sinto-me uma peça fora de encaixe, algo que não faz sentido e que busca, incessante, respostas que nunca aparecem. Tenho medo dessas respostas e, ainda mais, de perguntá-las. Ninguém jamais me respondeu, até porque, jamais perguntei. Na verdade, nem sei se quero saber mais.
Escrever, para mim, é como um confessionário. Ler-me não é tão fácil assim, posto que nas entrelinhas carrego muito mais. É no submerso de meus textos que se encontra toda a verdade que na superfície apenas ilustro. E ilustrar é carregar de forma, de arte, de beleza e rimas. É um engenho literário que traz muito coisa subentendida. Subliminarmente me escrevo.
Escrever é preciso. Penso que se não o fizesse, já estaria louca, cheia de pensamentos enclausurados em mim que me fariam mal com certeza. Então, escrevo e ponho para fora o que dentro perturba-me.
E isso que arrepia minha pele é meu "eu-lírico" sussurrando-me mais uma poesia.