Me devoro!

Como poderia eu arrancar essa angústia do meu peito?

Fazer minha mente obedecer meu corpo sem receios?

Enxergar a realidade como ela é sem máscaras?

Viver o hoje e deixar o amanhã nas mãos DELE?

Não, não posso...

Não quero...

Me devoro!

Me creio, descreio, me acho e me engano!

Me vejo cético na incerteza de ser humano;

em meio a frias almas que vagam sós,

abraços quentes me seguram tão sem voz...

e me desanteno, me desentrego;

me encho de medos e pensamentos trêmulos

fabrico receitas, leio bulas alheias

invento transtornos, mergulho em contornos...

e como eu poderia me livras das amarras?

Antigas farras que me iludem, regressam, deprimem

em meio ao pranto que é limpo por minhas garras

Garras que já não lutam, estão amarradas.

Não, não posso...

Quero e não quero...

Me desentendo e Me devoro!

Me vejo, revejo, me olho e me desengano!

Me vejo novo na certeza de ser humano;

em meio a almas quentes que vagam sós,

procurando por amor já sigo com alguma voz...

Sim, é claro que posso!

Quero e quero

Me entendo e Me devoro!

Valentinne Di Paula
Enviado por Valentinne Di Paula em 31/03/2011
Código do texto: T2880764
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