Dos meus sonhos
E quando eu não falo em flores, chocolates, ursinhos de pelúcias, declarações extravagantes, enfim, nesses sonhos cor de rosa entornado de purpurinas que as garotas teimam em pintar, quando eu digo apenas que sonho com uma vida em preto e branco, minimalista, tão clara, simples, afetuosa e elegante quanto se pode ter, feito aquelas películas de antigamente tão belissimamente caprichadas, sem excessos, na pitada certa, me fitam com olhares de "Óh, pobre garota de pretensões pequenas.". E eu admito, sinceramente, que não entendo essa conclusão alheia quase que geral, os filmes antigos ficaram para a história, são grandes produções, independente dos poucos recursos e orçamentos pequenos, já esses sonhos fluflus depois de tantas superficialidades imbastáveis, mal permanecem na memória, quiçá o considerariam para torná-lo uma obra de arte, viram apenas uma pintura borrada, confusa e indecifrável do que se foi desejado um dia.