Em busca da felicidade
Há momentos no meu dia-a-dia que estou caminhando, mas tenho uma forte sensação que estou parada, estagnada no tempo. Sinto-me ligeiramente distante do presente e presa ao passado, à sensação de liberdade e alegria despreocupada da minha infância inesquecível.
Talvez o medo do futuro me faça recordar fortemente o desprendimento de uma infância bastante aproveitável de brincadeiras, de união familiar e de ausência de receios, preocupações e responsabilidades, pois o único dever que eu tinha era de guardar os brinquedos ao final de cada brincadeira... Tinha um único compromisso a cumprir: o de ser feliz!
Agora, vejo-me assustada, deparo-me olhando para trás e para os lados, com medo do “novo”, do amanhã. Na realidade, tenho um grande medo do sofrimento, das lágrimas provenientes de alguma perda irreversível, sem volta. Não deveria; afinal de contas, onde está a minha Fé, pequenina, mas o suficiente para remover montanhas?
Tenho saúde, um emprego, o pão de cada dia, um espaço para morar e descansar o corpo físico, uma família a qual amo muito, um esposo companheiro e amigo... Porém, não sinto a felicidade verdadeira, real. Falta-me algo que ainda não fui capaz de identificar.
Preciso de uma boa limpeza espiritual, ou simplesmente acordar, despertar para a vida, já que viver foi uma oportunidade única que Deus me deu.
Recebi mais uma graça de Deus: a maternidade. Estou esperando um filho! E que espécie de mãe serei? Uma mãe forte, cheia de vigor, ou uma fraca, facilmente abalável? Uma mãe compreensiva e carinhosa, ou uma mulher que apenas esperou nove meses para parir e não sabe nem o que a maternidade representou em sua vida?
Tenho de passar uma imagem firme e forte para o fruto do amor de um casamento de três anos. Sinto que preciso me preparar psicologicamente e espiritualmente para essa nova fase iluminada, uma vez que pretendo ser a melhor mãe do mundo para esse pequenino e inocente ser que virá, se Deus quiser, com o intuito de me ensinar o verdadeiro significado do amor e da felicidade que eu tanto busco.
Sei que a felicidade está dentro de mim; que não depende de ninguém e nem de fatores extrínsecos. Posso buscá-la e encontrá-la individualmente na minha Alma. Este é o primeiro passo: buscá-la no meu “eu”. A partir daqui, tentarei senti-la e vivê-la independentemente da presença de outrem ou de conquistas materiais.
Entregar meus problemas e minhas inseguranças nas mãos do Pai Misericordioso me ajudará no desprendimento total das minhas preocupações excessivas e substituíveis.
Amanhã despertarei para um novo dia de descobertas, atitudes e lições, e, consequentemente, darei o segundo passo em busca da felicidade, com um sorriso no rosto e uma sensação de renovação no Espírito.