Light!

A luz e o amor tem em comum a capacidade de revelar qualidades. A primeira das coisas, o segundo das pessoas. Todo amante deveria saber disso tanto quanto o melhor arquiteto. Há aqui uma aproximação deliberada. Porque existem luzes boas e outras nem tanto e apenas uma idéia do amor excelente e muitas de amores vulgares. Há, portanto, uma tarefa a ser feita. Quem cria espaços para viver, ou quem escreve com luz, precisa saber capturar e explorar a claridade. Essa não é uma regra muito diferente para o amante, que deve saber separar não apenas o claro do opaco, como também o claro do deslumbrante. O amor só se sustenta quando olhamos para aonde ele incide em vez de olhá-lo para onde se projeta. É por isso que ele só é bem avaliado quando se olha para si mesmo, porque ele pouco ou nada depende do que é exterior. Um bom amor faz revelar o que se tem de melhor, enfim. Pois a verdade é que há uma fluidez na verdadeira luz e no verdadeiro amor. Há uma simplicidade que contenta, um silêncio que apazigua. Fora disso, todo o amor é uma loucura, todo o amor é um desatino.

Lili Maciel
Enviado por Lili Maciel em 27/03/2011
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