Fazendo arte.
Hoje de manhã decidi adaptar-me melhor aos horários e os tempos que não ficam fixos em apenas um momento com certa fragilidade. Resolvi apegar-se no meu desapego, deixei guardado na caixinha do meu armário, meu relógio e algumas pulseiras favoritas, para manter tal feito o qual tive que concordar de qualquer forma.
Ao caminho, vim pensando nas mesmas coisas que me atormentaram na madrugada fria de terça feira, no ônibus encontrei-me com as mesmas pessoas e não fiz disso um dia comum, não apenas um.
Hoje é o dia do meu desapego, joguei fora alguns rabiscos que entre a porta aberta fui soletrando o que ouvia em algum lugar, talvez dentro ou apenas fora de mim.
Não posso mentir, você passou o tempo todo por esse sentimento infinito, sendo portanto o principal suspeito desse desapego total das coisas que foram desencontradas por mim hoje quando feche e abri pela primeira vez minhas pálpebras repetindo esse movimento pelo resto do dia.
As minhas pernas ainda confundem-se entre a direita e a esquerda, não sabendo exatamente em qual posição ficar, pois foi você que fez com que eu cometesse tal feito, parado daquela forma na minha frente como se eu estivesse em uma exposição para negócios.
Meus olhares confundiram-se não sabendo exatamente qual era a melhor parte em você.
Hoje, diferente de ontem, estou fazendo um apelo, ou melhor, um desapego que ambas as partes de mim e em mim estão por negociar.
Não me encontro na melhor posição e essa cadeira não é a mais agradável, embora o lugar se encontre bem fresco e lá fora é agitado por demais.
Estou abrindo e fechando memórias passadas, fazendo um arrastão na esquina da minha própria vida.
Hoje, estou fazendo arte....a arte do desapego!